Não ligo mais a TV no dia 1º de maio. É revoltante assistir as mesmas reportagens das grandes “festas” das centrais sindicais, onde artistas muito bem pagos e de talento duvidoso e sorteios de automóveis atraem milhares de pessoas, para que políticos ligados a essas entidades possam posar de bonzinhos e arrumar uns votos para as próximas eleições. Não aumentam em nada a capacidade crítica da classe trabalhadora e muito menos a tomada de consciência do seu papel transformador em nossa sociedade.
Será que nada precisa ser denunciado? Nós sabemos que as coisas não são bem assim! As favelas estão despencando em Salvador e Rio de Janeiro e em muitas outras cidades brasileiras, camponeses pobres estão sendo assassinados por latifundiários e seus capangas em todo território nacional (em Rondônia, por exemplo, o crescimento da luta camponesa é acompanhado pelo aumento drástico da violência contra as camadas oprimidas do campo), os professores de São Paulo, Minas Gerais, de outros estados e municípios enfrentam um arrocho salarial absurdo, nos serviços de saúde os problemas são imensos (falta de atendimento, superlotação, etc.), mas nada disso é tocado.
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